quinta-feira, 26 de novembro de 2009

O JOGO DO FIM

O fim que tem
As coisas e os seres
Nem sempre é nobre
Mas é certo.

Eu constantemente penso
No meu fim debaixo do sol
E diante do fim me esforço
Para ser o melhor que posso.

As coisas não pensam
No fim que têm. Não podem
Embora tenham fim.

O fim das coisas e seres
Ocupou o pensar
Do sábio Eclesiastes.

Descobriu haver fim
Para tudo debaixo do sol
E concluiu: melhor é o fim
Das coisas do que seu princípio.

De outro sábio se ouviu
A prece: Dá-me, a conhecer, Senhor
O meu fim, e qual a soma dos meus dias,
Para que eu reconheça a minha fragilidade.

Diante do fim
A que todos somos submetidos
Faz se urgente obra que dure.

Autoria: Luiz Flor dos Santos, pastor na cidade de São Gonçalo do Amarante, Ceará na Igreja Batista Fundamentalista Cristo é Vida.

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terça-feira, 24 de novembro de 2009

CARTA À MINHA MÃE (Carta 2)

Oi, Mãe.

Na sua ausência eu falo com sua memória
Daquilo que certamente faria você feliz.
Você tem três netos.
Eles acrescentam muito à minha experiência.
Acho que também acrescentariam à sua.

O mais novo, de seis pequenos maravilhosos anos
Me deu uma grande lição um dia desses comuns.
E o fez de maneira tão natural enquanto
Andávamos de bicicleta na rua.

Pedalávamos juntos. Rua acima e rua abaixo.
Visto por um estranho seria uma coisa muito
Sem graça. Penso que até que uma pessoa
Daquelas bem eficientes faria um discurso assim:
_Ora, vejam só!
_Um cabrão desses. Sem fazer
Nada de útil tamanha hora do dia.
_Querendo ser criança pedalando
Rua abaixo e rua acima.
_Que grande falta do que fazer!

A senhora sabe que gente desse tipo existe
Aos montes por ai. Elas sempre pretendem
Saber mais do que todo mundo. Além disso
Têm sempre uma agenda pronta para os
Outros com o que pensam os outros deveriam fazer.

Bem, Mãe. Lá estava eu fazendo travessuras.
Subindo e descendo rua. Invadindo as calçadas
Dos vizinhos. E para fazer medo ao moleque
Fazia de conta que ia bater com minha bicicleta
Na dele. Estava fazendo o que outro diria: besteira.

Mãe, quando emparelhei minha bicicleta com a
Bicicleta de meu filho ouvi ele dizer assim:
_Pai. É tão bonito, o filho e o pai brincando junto, né?

Mãe acho que seus olhos encheriam de águas
De emoção. Eu fiquei muito emocionado. E pra
Dizer a verdade, muito envaidecido também.

Além disso, aprendi que o melhor presente.
O que é mais valioso para um filho
É a presença de seus pais. O brinquedo
É sua uma desculpa para o encontro.
Poderia ser qualquer um.

Mãe eu vejo pais dando a seus filhos
Presentes muito caros e sofisticados.
E meu filho me ensinou que o que ele
Quer mesmo é a presença de seus pais
Para fazerem besteiras juntos.

Mãe, é por isso que até hoje sinto
Muito a sua falta.

Autoria: Luiz Flor dos Santos, pastor na cidade de São Gonçalo do Amarante, Ceará na Igreja Batista Fundamentalista Cristo é Vida.

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sexta-feira, 20 de novembro de 2009

O MENINO

O menino que há muito não dava notícias
Passou a me contar história há muito guardadas.
Senti até o cheiro bom das manhãs alegres
Sempre cheias de sol até quando chovia.

O menino que há muito não aparecia
Agora fazia minha mente voar
Em sua contação frenética

De tempos de criança
De correria e algazarra feliz
De nenhuma preocupação
Exceto a de que chegasse a hora de dormir.

E quando dormia
Sonhava brincando
Sorria e falava dormindo.

Falava dos planos de ontem
Que deveriam se repetir amanhã:
Brincar. Correr. Falar. Jogar bola
Apelidar os outros...
E não para nem para dormir
E comer enquanto corre, e pular enquanto come
E falar enquanto rir. E chorar e rir...

O menino que há muito não aparecia
Me visitou e rebuliu minhas memórias

Como ele conseguiu as chaves das
Minhas memórias?
E lá tem alguma coisa difícil pra menino.

Menino, venha outras vezes...

Autoria: Luiz Flor dos Santos, pastor na cidade de São Gonçalo do Amarante, Ceará na Igreja Batista Fundamentalista Cristo é Vida.

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CARTA À MINHA MÃE (Carta 1)

Oi Mãe.
Perdoe o mau jeito logo de início.
É que não conhecia você o bastante
Para chamar você de mamãe.

E também Mãe
O som da palavra mamãe
Soa mole e doce.
Mãe de outro modo soa
Como se fosse origem.
O tronco de onde emana
Os ramos e nele são sustentados
E alimentados.

Bem. Sei que você é minha origem,
Mas fui privado do gosto doce e mole
De ter você como minha mamãe.

De qualquer forma
Assim meio involuntariamente
Venho sentindo o desejo
De pronunciar para você
O gosto doce da palavra mamãe.

Fui invadido por uma saudade de você.
Não tanto dos dias em que vivemos juntos
Pois estes foram poucos.
Mas da idéia que faço de seu amor e bondade.

E das poucas lembranças
De nós dois dividindo pobreza
E escassez de alimento.
Mas mesmo assim me sentindo seguro
A seu lado.

Disseram-me que às vésperas
De sua partida você fez uma reunião fúnebre.
Pediu a seus irmãos que cuidassem de mim
Na sua ausência.

Mãe
Tenho orgulho de sua coragem
E me inspiro em seu amor.

Mas Mãe,
As coisas não correram tão bem
Como você e imaginava.
Ou talvez, você já imaginasse que nada
Sairia assim tão bem. Era só uma forma
De consolar o seu coração de Mãe.

Porém Mãe,
Não foi assim tão ruim.
Entre perdas e ganhos
Sobrou-me o bastante.

Mãe,
Por muito tempo mirar
O vazio era um consolo para mim.
Para chorar me tornei meio duro.
Acho que gastei quase todas as lágrimas
No dia de meu adeus a você.

Mãe,
Tenho curiosidade de saber
Se na hora de sua partida.
Na hora de seus últimos suspiros
Você fez uma oração a Deus em meu favor.
É que muito do que venci senti vir de uma
Força exterior.

Mãe,
De você não conservaram nem sequer uma foto.
Mas as poucas lembranças e as histórias que
Tenho de você não se apagam nem descolorem.

Mãe,
Estou sempre cheio de saudades!

Autoria: Luiz Flor dos Santos, pastor na cidade de São Gonçalo do Amarante, Ceará na Igreja Batista Fundamentalista Cristo é Vida.

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AOS PRÓXIMOS

Amarás o teu próximo como a ti mesmo (Lucas 10.27)

Para quem reservamos
O mau humor do inicio do dia e do fim deste?
Para quem reservamos
O descontrole da raiva?
Para quem reservamos
As palavras duras?
Para quem reservamos
O nosso estresse?
Para quem reservamos
A liberdade de dizer o que bem entendemos?

A quem evitamos oferecer
Bom dia?
Boa tarde?
Boa noite?

A quem esquecemos de
Elogiar?
Reconhecer o mérito?
Agradecer?

A quem tratamos com propriedade?

Estranho...
Reservamos tudo isso
Para os próximos.

Autoria: Luiz Flor dos Santos, pastor na cidade de São Gonçalo do Amarante, Ceará na Igreja Batista Fundamentalista Cristo é Vida.

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sexta-feira, 6 de novembro de 2009

MINHA LUA É VOCÊ

Dedicado à minha esposa Valdélia Flor

Bem que eu poderia dizer
Que você é meu mar
Mas eu não sei navegar
E me perderia na tua vastidão
Mas em você me encontro.

Até pensei em ti comparar
Com a brisa suave
Mas ela é muito tênue, sutil
Você é marcante. Presença forte.

Que tal fosse você meu sol?
Mas descobri que há hora
Quando não posso desfrutar dele
Seus raios me expõem a perigos
Você nunca em tempo algum
É perigo. Você é sempre meu bem.

Acho que você pode ser minha Lua
Senhora exuberante
Que chega sempre soberana
E iluminada e radiante.

De fases intrigantes
Capaz de influenciar
Mares
Plantações
Vida

A lua é dos namorados
E eu sou teu
Minha Lua.

Autoria: Luiz Flor dos Santos, pastor na cidade de São Gonçalo do Amarante, Ceará na Igreja Batista Fundamentalista Cristo é Vida.

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MEU AMIGO

Em todo tempo ama o amigo, e na angústia se faz o irmão (Provérbios 17.17).
Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos (João 15.13).

Meu amigo é o mar
Vasto
Cheio de cores
Sempre inspira cuidado
Provedor.

Meu amigo é o vento
Vem de todas as direções
Refrescante
Tem peso.

Meu amigo é uma flor
Deixa sempre um tanto de si em nós
Embeleza
Diz muito em pouco tempo.

Meu amigo é a vida
Sempre desejado
Valor por quem se luta
Para nunca perder.

Meu amigo é um livro
Com ele aprendo sempre
Vislumbro sempre algo novo
Ou recupero o esquecido
Para com ele não se pode ser indiferente.

Meu amigo
É tudo o que há de bom
Em virtudes e intenções.

Autoria: Luiz Flor dos Santos, pastor na cidade de São Gonçalo do Amarante, Ceará na Igreja Batista Fundamentalista Cristo é Vida.

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