quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

COMO ÁRVORE JUNTO A CORRENTE DE AGUAS

Salmo Um

MEDITAÇÃO NOS SALMOS

Sinto-me com a sensação de estar preso toda vez que leio o salmo primeiro. Sinto isso diante da simplicidade deste salmo. Ele expressa uma situação de bem-aventurança sobre a pessoa que medita na Lei de Deus e se desvia do mal que chega a me dar a impressão de que o homem justo desse salmo não terá qualquer problema. Ao mesmo tempo ao falar do ímpio, que é aquele que não medita na Lei de Deus e se envereda para o mal me dá a impressão de que este terá todos os tipos de problemas que se possa numerar. Será que essa minha sensação está certa? Pois vivemos em um mundo em que mesmo o homem justo enfrenta todo tipo de problemas e muitas vezes o homem ímpio aparentemente vive melhor. Além do que expressei acima, o livro dos salmos parece comprovar que o justo tem muitos e sérios problemas. Em uma lida rápida dos vinte primeiros salmos, é diretamente dito em pelo menos dez deles que o justo é perseguido pelo ímpio que lhe impõe muitas dores e parece esse ímpio estar aparentemente sempre andando em pastos verdejantes. Talvez eu encontre solução para meu dilema exatamente no fato de que o justo é comparado a uma árvore frutífera que dá o seu fruto na estação própria e cuja folhagem não murcha (v.3).
Uma árvore durante todas as suas fases é atacada por pestes, doenças, fungos, bactérias, etc.
O tratamento que ela recebe é que fará esta resistir aos inimigos. A água na quantidade certa proporciona à planta condições favoráveis de desenvolvimento. O sol na medida certa permite à planta efetuar a fotossíntese, processo este muito importante para o bem-estar da planta. Ser justo, nos permite dizer o salmo um, é um processo voluntário de obediência. Equivale a dizer que o justo recebe da Lei de Deus na qual medita os subsídios para ser bem-aventurado. Diz o verso um: Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.
Ou seja, nos dá uma idéia de que ser justo é uma ação determinada da nossa parte. O salmo um demonstra isso através dos verbos de ação. Verbos de ação como o nome diz são aqueles que indicam uma atividade por parte do sujeito (v.1).
A idéia é ainda fortalecida pelo verso dois que mostra o justo se encaminhando para outro rumo: Antes o seu prazer está na Lei do Senhor, e na sua Lei medita de dia e de noite.
Ou seja, o justo procura o que é bom e correto diante de Deus para ser seu alimento para ter vida saudável a fim de resistir às pragas que tentam lhe ofender do mesmo modo que a árvore estende suas raízes em busca das correntes de água e adubo para seu crescimento saudável.
Nenhuma praga natural elimina uma planta imediatamente. A praga precisa da planta e faz dela sua fonte de alimento até que dali nada mais de útil exista e só então parte para outra planta. Como a árvore junto a ribeiro de águas o justo resiste e fica firme e sadio aos ataques das pragas.
Mas o ímpio que também é representado por uma planta aqui no salmo um tem suas folhas secas. Chega ao estado de palha. Sobra de vegetação que não apresenta qualquer valor nutritivo nem mesmo para as pragas. O fim é a total destruição (vv.4-5). Voluntariamente o homem aqui chamado de ímpio escolheu o que é errado e ruim. Por isso não tem proteção em si mesmo nem em Deus embora tenha no que faz a aparência de vitória sobre o justo.
O último verso do salmo diz que o Senhor conhece o caminho dos justos. Ou seja, Deus tem compromisso com o homem que escolheu voluntariamente ter compromisso com ele. Diante das adversidades que se levantarão Deus será a água que traz frescor e produz verdor e saúde para ele. Mas não será assim para com o ímpio. Estes perecerão como a planta comida pela praga.
Portanto o salmo um não é um salmo que desconhece os problemas que o justo enfrenta. É antes um salmo que oferece a certeza para aquele que escolheu voluntariamente a Lei do Senhor que este o ajudará em todos os momentos e ainda no tempo certo o rodeará de bênção: Ele (o justo) é como árvore plantada junto à corrente de águas, que no devido tempo dá o seu fruto (v.3).
Assim como o fruto de uma árvore mostra a saúde e o bom tratamento que essa árvore recebeu, os frutos (bênçãos) que o homem justo produz é a mostra do cuidado e amor de Deus por aquele que voluntariamente o escolheu para amá-lo e obedecê-lo. Como disse Paulo: em todas as coisas, porém, somos mais do que vencedores, por meio daquele que nos amou (Romanos 8.37).

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