segunda-feira, 13 de julho de 2009

UM POEMA PARA UMA ROSA LILÁS

No começo do dia
O homem
Passava mancando
Observando concentrado
Sua dor

Caminhava mancando
Em sua dor pensando
A mente vazia
Só sentia sua dor

Lá ia o homem
Seu caminho
Caminhando mancando

Entre cardos e espinhos
Casas caídas apontando
Um fim que teve um dia
No meio do mato

Mato com espinhos
Que só de ver doía
Caminho de cobras
Que mesmo que não matasse
Assustava com seu rastro
De serpente a serpentear imponente

Lá ia o homem
No começo do dia
Caminhava meio torto
Mancando com uma perna
E só com uma caminhando

No meio do mato de espinhos
E caminho de cobras
Avista uma flor lilás
Que nasceu no meio do mato
Pequena flor mudou toda a passagem

O homem mancando ainda
Fixou seu pensamento
No imenso lilás da flor:

Como pode uma flor
Tão singela
Lilás apenas
Brotar indiferente aos espinhos
Cardos e casas caídas
Troncos retorcidos
Caminho de cobra
E entre as próprias cobras
E mudar o dia do homem mancando
E fazê-lo encantado?

Parece que foi
A primeira vez
Que o homem ouviu uma flor falar

E falar tão alto
Que qualquer um
Poderia escutar

Se ela ouvisse
Diria obrigado
Mas achava que ela
Tinha nascido apenas pra falar
Então foi ouvi-la

Lá se foi o homem
Com a lembrança da Flor
Querendo imitá-la
Brotar e exibir sua cor
Onde estivesse
E mudar mentes
E mudar a sortes
A própria sorte

Agora para o homem
Não tem apenas uma pedra
No meio do Caminho
No meio do caminho
Tem uma Flor que fala.


Autoria: Luiz Flor dos Santos, pastor na cidade de São Gonçalo do Amarante, Ceará na Igreja Batista Fundamentalista Cristo é Vida.


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